quinta-feira, 30 de abril de 2009

Soneto da esperança


Quero ser chamado pelo Teu nome,
Quero ser conhecido por Teu amor.
Sou alguém que morreu, e, crucificado,
vivo para seguir-Te, seja onde for.

E então, conhecido por Tuas marcas,
Quero honrar Teus passos nos passos meus.
Sei que não vais deixar-me, e ando seguro,
Certo de que jamais Te direi adeus.

Meu coração se alegra com a lembrança:
não só por um momento, não é fugaz
a esperança de Te ver face a face.

Meu Senhor e meu Rei, exulta a minh´alma
Ao antever a paz, a beleza e a alegria
De assim Te pertencer, doce e eternamente.

Marco di Silvanni

http://www.portodopoente.blogspot.com/

O CORDÃO DE TRÊS DOBRAS


(Eclesiastes 4.9-12)


Bem melhor é serem dois que estar só
O trabalho em parceria lucra bem mais.
O solitário, se cair, quem terá dó?
Em companhia é possível suplantar “ais”.

Além disso, quem tem alguém, tem o calor
Na noite fria, ao dormir, pra se aquentar.
O companheiro, ao ser alvo de um favor
Sentirá o toque da graça do amar.

Quão bom é ser casal e caminhar junto
Sonhar alto, olhar numa só direção
Vencer inimigos, ter Deus como assunto.

Como cordão de três dobras, a união
De quem tem Deus na vida e casamento
É feliz, duradoura, não de momento.

Josué Ebenézer

Nova Friburgo, 25 de Janeiro de 2009. (14h08min).

http://www.tabuinhadeescrever.blogspot.com/

sábado, 25 de abril de 2009

HISTÓRIA DE UMA AMIZADE

No principio só escuridão.
Eu não conseguia vê-la como você era.
Você a mim também não.

Não era caos. Havia ordem.
Estudar uma ao outro era o imperativo.
Cada um. Cada qual.

Mas Deus disse: Trevas, dêem lugar á luz!
Assim houve muitas boas tardes e manhãs.
Seguiram-se muitos bons dias a nossos dias.

Deus nos pôs em seu jardim.
Havia nele a árvore que dava vida.
E a árvore que nos mataria.

Muitas vezes comemos o fruto amargo
Da árvore da morte. Que destrói o melhor entre amigos.
Ma Deus nos deu comer o fruto da vida. Vivemos bons dias de novo.

E Deus viu tudo que tinha feito.
E tudo era muito bom.
Um anjo soou: Como é bom que vivam os irmãos em união!

Dissipou-se entre nós a escuridão.


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terça-feira, 21 de abril de 2009

Mar da Galileia, poema de João Tomaz Parreira


Lago Kinereth, pintura


Chegou às tuas águas calma
mar de tranquilidade
os pequenos montes impetuosos
baixaram
à simples linha de água

Chegou ao meio de tuas águas cor
num espelho do céu

Chegou às tuas águas luz
e não do raio
que vem do invisível nada
Regressou às tuas águas prata
quando as nuvens abriram as janelas

Chegou ao tumulto o sono
quando a noite descansou nos
braços de Jesus.

21/4/2009

sábado, 18 de abril de 2009

Porta da Fonte

Na porta junto ao poço
há um menino que olha
o fundo seco e clama,
clama ao Deus de seus pais
por água para seu bezerro
e depois para si

Olha em profundo pela porta e prepara um pranto
que
(des)escoará por todas as (t)er(r)as
um sedento menino levita
que herda e antecipa
o alforje, as cicatrizes
e o manto
de todos os poetas


Pois por estes também veio o REDENTOR,
para apregoar que um dia não haverá
mais lágrimas
e nossa pequenina missão, ó poetas,
estará cumprida.

in Portas de Jerusalém (e-book Uma Abertura na Noite)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Kaddish por nós, poema de João Tomaz Parreira

Quando eles nos mataram
a nossa cinza falou por nós
quando mataram nossos filhos tivemos mais
quando mostraram nossas mulheres nuas
nossos olhos fecharam para sempre
houve cidades em que o vento
não trazia pássaros
mas cinzas.

terça-feira, 14 de abril de 2009

DIÁLOGO: O CRENTE, O ATEU E O AGNÓSTICO

Admira-me tanta prepotência
Exibida com tanta insistência
Negar de Deus a existência
Se soberbamente vives da Divina Assistência.
Senhor Ateu.

Admira-me tamanha indiferença
Para aceitar de Deus a existência
Se soberbamente vives da Divina Providência
Tu pra quem tanto faz saber de Deus a existência.
Senhor Agnóstico.

Admira-me os senhores
De cultura tal detentores
Um negar e outro duvidar
Ser Deus de tudo a causa primeira.
Caríssimos Senhores.

Senhores há de se crer sem ilusão
Que o mundo e o que nele há
Veio surgir organizado e belo de uma explosão?
A Inteligência Suprema não é fato melhor de se aceitar?
Estimados Senhores.

E do senhor que demonstra para a existência de Deus indiferença
Por que pelo menos não apresenta qualquer teoria que faça diferença?
Assim levando a vida tendo a descrença como galhardia
Não demonstra desse modo uma vida de tamanha covardia?
Refiro-me ao senhor, Agnóstico.

Não lhe admira que sua teoria, senhor ateu
Necessite de bilhões de anos para se explicar
E mesmo depois de tanto tempo explicação sensata não há?
Mas a minha se explica pela ação Divina criando tudo em sete dias.

O senhor indiferente tem alguma explicação?
Creio a sua é mesma se sair de toda questão
Fazendo-se indiferente para não ter que me dar a razão
A mim, homem simples que dou crédito a Deus pela criação.

Com tanta inteligência que tu pensas te ser própria, Senhor Ateu
Faço a ti as mesmas perguntas que Deus a Jó submeteu.
Não será para ti matéria pesada acostumado que és a sair de ciladas.
Não as faço para ti, senhor indiferente, cansarias muito mais, alma enfadada.

Quem pôs limites ao mar, dizendo: só até aqui virás?
Quem deu ordem à madrugada e a alva o seu lugar?
A chuva porventura tem pai? Quem gerou as gotas do orvalho?
Não vai me dizer, caro senhor, ser do acaso todo trabalho?

Se insistires em dizer que é do acaso toda a obra a criação
Dizendo-te sábio ostenta pensamentos vãos.
Teus fatos carecem de sólidos fundamentos. São todos ilusão.
Abandonem, senhores a descrença e a indiferença. O fim é a condenação.

Caros senhores, Ateu e Agnóstico
Ouçam o que diz o Supremo:
O perverso na sua altivez não investiga:
Que não há Deus, são todos os seus pensamentos.

Os ímpios serão lançados no inferno,
E todas as nações que se esquecem do Deus Eterno.



* As citações bíblicas neste poema são do livro de Jó capítulos 3-40; Salmos 9 e14.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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Recanto da Alma (luizflor.wordpress.com)

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domingo, 12 de abril de 2009

A pedra a tapar a evidência, poema de João Tomaz Parreira

Uma pedra a tapar
a evidência, apenas uma pedra
bloco uníssono
de silêncio

Feia, indomada
a pedra a fechar a morte
perante a qual
toda a dúvida se acaba

E no entanto nada há
mais simples
do que a pedra, símbolo
do que queda irresolúvel

Uma pedra branca, granito
não mármore, nem
impossível esmeralda
a pedra a tapar a evidência

Pedra desviada pela música
toque de rosa ou
da imensa Mão celeste

Então a pedra abre-se
ao interior da morte
de onde ao sol passou
o Princípe da Vida.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Poema para a Páscoa


RESSURREIÇÃO


Levanta, meu Jesus, em Luz e Glória,
sobre este chão Teu rosto resplandeça;
levanta do sepulcro e muda a história
desta Nação, que jaz em treva espessa.

Nossa cidadania é ilusória,
horas de paz... Não há quem as conheça!
Pela moral vivemos luta inglória...
Não deixa que Teu povo assim padeça!

Se Páscoa é vida encarcerando a morte,
que Teu ressuscitar nos reconforte,
que nos resgate o sangue da Paixão.

Só Tu, filho de Deus, és nosso alento!
Sobre o Brasil semeia o Avivamento,
para que, enfim, tenhamos redenção!

Patricia Neme

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Filho da esperança

Fala-se muito sobre a esperança
Que, quando a morte nos encontra
Ela é a última a encará-la
Quando todo o resto já se foi

Mas pouco se diz de seu filho
Que, teimosa, ela insiste em nutrir
Carregando-o conosco pra lá e pra cá
Como um norte que devemos buscar

Pois, se a vida morre sem a esperança
Ela mal se aguenta em pé sem um sonho
Que traga luz e fantasia durante as noites
E visões do paraíso quando acordamos

É por causa dele que despertamos com um sorriso
E nos dispomos a enfrentar renúncias e privações
Por ele, nos envolvemos em verdadeiras epopéias
Em busca de um prêmio que, pela fé, aguardamos

Se o alcançamos, então é êxtase
Um júbilo que não podemos conter
Como se a vida alcançasse seu propósito
E esquecêssemos todo sofrimento

Ah, mas se o perdemos, como suportar o terror?
Até os raios da aurora são intimidadores
O dia perde sua cor, seus cheiros, seu sabor
E um vazio enorme preenche cada milímetro

E aí nos perguntamos: por quê?
E, sem resposta alguma, perecemos
Morrendo um pouco a cada dia
À espera daquilo que perdemos

Mas quando o sonho se perde e acaba
Sua mãe, a esperança, não desiste de lutar
E, quando tudo parece perdido
Das tristezas brota um novo sonho

Como a criança que queria ser astronauta
E se transforma no físico que explica as estrelas
O jovem que ansiava pelas riquezas deste mundo
E terminou encontrando o tesouro da graça

O primeiro amor que se vai
Deixando apenas dor e lágrimas
Dá lugar ao verdadeiro amor
Que, de fato, nos acompanhará até o fim

E, se parece incrível que seja assim,
Torna os olhos e vê se minto
Se teus sonhos de criança não renasceram
Como novos sonhos que guiaram o teu ser?

Mas, ainda que não creias em mim
E teu coração seja só dores e pesares
Ainda assim, não o endureças por completo
Até que nada mais cresça dentro dele

Porque, se perderes de todo a esperança
E não retiveres contigo um único fio dela
Então, sonho algum nascerá
E, de fato, já terás perdido tua vida

Mas, se mantiveres em ti um fiapo que seja
E confiares n'Aquele que é a nossa Rocha
Então ele brotará novamente em ti
E o sorriso tornará aos teus lábios

E o mar, outrora grande e ameaçador,
A ele de novo te lançarás
Para buscar tesouros e riquezas
E encontrar o Senhor dos Mares e dos Sonhos

A pedra na Ressurreição, poema de João Tomaz Parreira

No meio do caminho tinha uma pedra
Carlos Drummond de Andrade

Havia um anjo no meio do caminho
tinha uma pedra
a meio do caminho

Havia uma pedra
fechada no meio do caminho
sobre ela se desgastaram
os olhos, enviaram milícias
e as mulheres que sonharam
dar o incenso das suas vigílias

No meu caminho havia uma pedra
e nada há mais duro
que a imaginação sem milagre
no meio do caminho havia uma pedra
o meio de pedra
para manter a cidade calada.

do livro Pássaros Aprendendo para Sempre e Outros Poemas, Lisboa, 1993

sábado, 4 de abril de 2009

CHOCK - PÁSCOA


Ovo de galinha pintado.
Ovo de chocolate.
Coelho da páscoa de chocolate.
Cruz de chocolate.
Mesa da ceia com Jesus no centro e os doze de chocolate.
Flor de girassol de chocolate.
Pão e vinho de chocolate.
Jesus crucificado de chocolate.
Jesus ressuscitado de chocolate.

Não estou entendendo nada.


Mas, deixemos de embaraço. Sigamos o cardápio.

Vela com laço vermelho de páscoa.
Sino com fitinha em par.
Ei, isso não é comestível, não.
Ah, não é não?
Perdão. É que desta páscoa que está aí não entendo mesmo.


Bem, deixemos de discutir. Sigamos o menu.

Vinho à vontade. É o sangue de Cristo.
O sangue de Cristo não foi derramado para a paz?
Porque o vinho não?
Mas, perdão de novo por minha ignorância.
Acho que me cérebro atrofiou.


Deixemos de tanta desculpa. Vamos falar do que se degusta.

Peixe à vontade. Como? Se tudo é tão caro?
Ah, à vontade de quem vende, entendi...
Carne só depois.
É que antes da quaresma já teve o banquete da carne.
Lembram? Foi no carnaval.

Olá, pessoal. Ajudem um pobre ignorante, por favor.
Pelo pouco que sei a páscoa era comemorada com um cordeiro?
Alguém pode me refrescar a memória?
Por isso que se chama cordeiro pascal, não é?

Bom, deixemos de indagação. Sigamos a tradição.


Páscoa é tempo de se comemorar o que mesmo de Cristo?
A ressurreição? É? Como?
Eu vejo coelho, ovo, vela. Onde está o Cristo ressuscitado?

Só uma perguntinha mais. Pode? Eu sei que eu já estou enchendo.
Prometo. É só mais uma pergunta, Está bem?

A páscoa não é a história da libertação?
Mas eu vejo um monte de gente dominada:
Da embriaguez do vinho.
Da embriaguez do chocolate.
Da ditadura do comércio.
Da (in)crível tradição?


Mania feia essa de mudar tudo e depois dizer que é a mesma coisa.
Isso não dá pra agüentar, não!

Digo “não” à tradição!




Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

Adeus heroínas: - Há Deus!



Era a melancolia
Do cotidiano morno,
Que torneava o torno,
Que só se repetia;
E a sede de amor ardia
Até incendiar o forno;
E a aridez era tanta
Que um simples vapor na garganta,
Gerava a miragem feliz
De mil transbordantes cantis.

Veio o degrau do fumo,
Do cotidiano tonto,
Do embalo sempre pronto
Nos becos do consumo,
E o consumidor sem rumo
Voltava pro mesmo ponto;
E a ilusão era tanta
Que a droga tragando a garganta
Soprava a imagem fugaz
De um minutinho de paz.

Veio uma vida tola,
De cotidiano asco,
Pois no pequeno frasco,
No bulbo da papoula,
No tubo daquela ampola
Reinava o seu carrasco,
E a dependência era tanta
Que o mínimo nó na garganta
Forçava na veia as poções,
Cadeias de suas prisões

Veio o inconformismo
Do cotidiano drama,
Atrás a pobre fama,
Na frente só o abismo
No chão movediço a lama,
No interior pessimismo,
E a solidão era tanta
Que o mundo apertando a garganta
Gritava que ele cedeu,
Berrava que ele se deu.





No beco sem saída
Deitou-se a céu aberto,
A morte já por perto,
A vista escurecida,
Mas num lampejo de vida
Olhou para o lado certo,
E a luz do céu era tanta,
Que o gritou jorrou da garganta:
- Senhor, não se esqueça de mim,
- Senhor tenha pena de mim.

O peito arrependido
Tomou a dose certa,
E numa Bíblia aberta
Achou o amor perdido
Pois Cristo Jesus liberta
O coração oprimido
E a libertação é tanta
Que arranca de vez da garganta,
O vício, o resquício, o pó,
O trago, o estrago e o nó.

Pois foi crucificado
O homem sem defeito
Que amava Deus no peito
E o pecador do lado
Que abominava o pecado
– Pecado por nós foi feito –
E a morte na cruz era tanta
Que Cristo o Senhor da garganta,
Doou seu Espírito são,
Semente da ressurreição.

Veio uma vida eterna,
Ressuscitada e nova,
E a cotidiana prova
É essa fonte interna
Na vida que Deus governa
E ternamente renova;
E a transformação é tanta
Que o próprio Senhor na garganta
Transborda a mensagem da cruz,
Convida a beber de Jesus.

Wolô

*Wolô é músico e poeta. Visite a página do autor no Multiply: www.wolo.multiply.com/


via blog Cidadania Evangélica
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