No escritório do poeta JTP, em Junho de 1998
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Quando o Amanhecer me surpreendeu no fundo de uma trincheira
Lewis W Hine: Soldier in Trench-Smile (Letter from Home) 1918-1919
Sinto estrugirem os sons de uma paz furiosa
É A TUA SALVAÇÃO QUE HOJE RUGE NOS QUATRO CANTOS DA TERRA
e me (res)suscita
Sammis Reachers
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
QUEM OS DEUSES AMAM
Ὃν οἱ θεοὶ φιλοῦσιν ἀποθνῄσκει νέος
Quem os deuses amam morre novo
Menandro
os deuses amam
as tuas gargalhadas
e riem-se
encontram nos teus olhos
pérolas incandescentes
que anelam possuir
e para isso retorcem
os dedos
os deuses na tua boca
a voz amam
clamam pelo que tens
e eles não conhecem
e por isso no teu corpo jovem
acordam o sonho
e na mesma pressa de amar
to reclamam
quem os deuses amam?
que deuses amam?
18/02/12
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
A Neve
A Neve
Para Simo Häyhä, um sobrevivente
[Sou] um partisan da resistência finlandesa
um aos porcos-soviéticos-não-prostituído
não-prostituído
pela alemã escória
integrado à resistência
da França Combatente de De Gaulle
Amalgamado ao meu rifle Mosin-Nagant
(minha-mãe-minha-segunda-alma)
Na aurora da Operação Overlord
[sou um homem sem nome e]
morto
deixa[n]do para trás
o frio de um vazio casebre,
um cão enterrado na neve,
7.776
ausências.
Sammis Reachers
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Os Arrebatados
( I Tess 4,17)
Deve ser bonito desaparecer no ar
com as costas leves voltadas
para o passado, deve ser bonito
sentir que a noite e o sol
se atravessam
como atravessamos um perfume
deve ser bonito dizer as palavras
desenhadas sem os lábios
sem gelo e sem lume
desaparecer no dia que há-de vir
deve ser bonito desaparecer no azul.
J.T.Parreira
Deve ser bonito desaparecer no ar
com as costas leves voltadas
para o passado, deve ser bonito
sentir que a noite e o sol
se atravessam
como atravessamos um perfume
deve ser bonito dizer as palavras
desenhadas sem os lábios
sem gelo e sem lume
desaparecer no dia que há-de vir
deve ser bonito desaparecer no azul.
J.T.Parreira
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
MÃE E FILHO
(Para este quadro de Gustav Klimpt)
Os seios da Mãe como os templos
comunicam
os mistérios divinos
São duas fontes
de onde já correu o leite
perfumado da primeira aurora
O peito da Mãe encerra
tesouros profundos, o coração
é um delta de diamantes
Enriqueceu dias áridos
na espera febril dos lábios
inocentes dos filhos
que dormiram entre luas perfeitas
e beberam, como um sol bebe
as águas que secam sobre a terra.
Os seios da Mãe como os templos
comunicam
os mistérios divinos
São duas fontes
de onde já correu o leite
perfumado da primeira aurora
O peito da Mãe encerra
tesouros profundos, o coração
é um delta de diamantes
Enriqueceu dias áridos
na espera febril dos lábios
inocentes dos filhos
que dormiram entre luas perfeitas
e beberam, como um sol bebe
as águas que secam sobre a terra.
J.T.Parreira
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Joanyr de Oliveira: Dois Poemas Para Benjamin Moloise
DOIS POEMAS PARA BENJAMIN
O governo sul-africano é
tão cruel, tão cruel, tão cruel!
(Mamike Maloise, mãe do poeta executado).
I
Um poeta na face da Terra
não é apenas blandícias
no rosto dos montes;
não é apenas silêncio
nas frontes matutinas.
Um poeta na face da Terra
não é apenas metáforas
na boca de anjos;
não é apenas folguedos
na voz dos meninos.
Um poeta na face da Terra
não é apenas cabelos
e folhas na aragem;
não é apenas canções
na alma dos homens.
II
Mãos brancas enrubesceram:
Hoje é dia 18 de outubro.
A pena do poeta tombou
alvejada pelos gumes da ira.
Alô, mártir, adeus, irmãozinho
da multidão soluçante.
Irmãozinho Benjamin, escuta:
pássaros e nuvens comemoram
a chegada, nas asas do vento,
do filho maduro de um povo.
A corda em tuas cordas vocais
não sufocou os poemas.
O sangue do poeta: chamas
no coração de um mar
pretíssimo, mais que a noite.
O relógio da História palpita,
vai detonar-se a si mesmo!
Adeus, adeus, Benjamin Moloise.
Mas lembra-te de voltar, poeta,
quando a liberdade florescer
na pele negra de um povo.
In Tempo de Ceifar
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Ele veio buscar os doentes
Meu corpo e cismar estavam em trevas;
Jesus semeou Luz sobre minha face.
Hoje - semente de sequóia
que um humilde lança,
Amanhã - bosque de eucaliptos
no deserto que eu era
( e onde
cada folha é uma misericórdia;
Grande bosque, quem,
olhando uma a uma
contará o seu número piedoso? )
Sammis Reachers
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