domingo, 27 de abril de 2014

Exaltação à Páscoa, poema de Filemon Francisco Martins


Exaltação à Páscoa

Vibrai, ó povos do Oriente,
Cantai, ó povos do Ocidente,
Como canta o coro dos remidos!
Uni-vos todos do Planeta Terra,
Porque o Cristo de Belém,
Depois de palmilhar caminhos da Judeia
E pregar a mensagem de amor por toda a Galileia
Doutrinando apóstolos, fazendo milagres,
Curando enfermos, ressuscitando mortos,
Está vivo!
Ele ressuscitou!

Chorai, Jerusalém, chorai,
Porque matastes profetas,
Porque fostes palco da traição de Judas,
Culminando na morte de um inocente!

Contemplai a paisagem deslumbrante,
Roseirais e lírios dos vales de Cedrom,
Perfumai todos os jardins por onde passou
O suave Rabi da Galileia!

Palmeiras dos campos verdejantes,
Prados perfumados e floridos,
Oliveiras da bela cidade de Jerusalém,
Dos hortos e dos montes de Sião,
Rosas brancas, azuis, amarelas e vermelhas
Que perfumam as margens do Jordão
Todo colorido e em festa,
Porque venceu o escárnio e a zombaria,
Porque ressurgiu da morte
O excelso, magistral e sublime
JESUS DE NAZARÉ!

Esta é a canção de amor, de fé e de esperança
Que se espalha pela Terra.
A contrição dos remidos, a música celeste
Que ecoa nos céus trazendo para o povo a vida!
Vida plena, vida de fé, vida de amor, transformação,
Libertação, porque Cristo vive e reina!

JESUS RESSUSCITOU! ALELUIA! ALELUIA!

domingo, 20 de abril de 2014

RELATO

“Quem acreditou naquilo que ouvimos?”
Livro do Profeta Isaías 53:1

pediram-nos uma palavra 
aberta em melodia que falasse
do drama da alegria

do seu breve trânsito pelos velhos mortos
em que foram decompostas as nossas pobrezas

pediram-nos uma memória,
quente, nova que fizessem acreditar
que a memória é símbolo e é carne

pediram-nos um relato
mais vivo e que mais fortemente
arrepiasse a espinha ao silêncio
do que o próprio evento
que contar o espinho ferisse mais
do que o espinho,
porque a mortalha dele é nossa roupa nova
para dia de festa
e o sangue dele o nosso músculo enxuto
contar quanto a pedra caiu à beira do caminho
diante do clamor das mulheres
quanto o dia em que a noite
foi apenas a preparação da manhã

o que temos é só o que ouvimos
porque Ele retornou ao Pai
deixou-nos, contadores

necessário é: para manter
os ouvidos ouvindo
e em desemparo acreditando

e nós contamos

Rui Miguel Duarte
19/04/14

sábado, 19 de abril de 2014

A Páscoa do Equalizador


Cruz lent'arralastrando-lhe os passos
n'ínvios pedaços do vil
                                 caminho

direção a mais contrária à do ninho
marcha o magro Deus para o antiabraço

espadas, crucifixos passos
abraços cancelados
                        pelo caminho
"jamais o conheci"
diz o covardecrasso

já tristetecida a coroa de espinho
o choro paralisado no angelespaço
veja como vergam suas pernas finas quase as minhas
Deus diminuído em pó no da morte de largo lastro laço

anarcoroado maltraphilos numa cruz embaralçado
veja, eu o martelo
o suspendo, escarro, atravesso.
que eu não sei o que faço
sussurra ágapeado Deus num suspirespasmo


treme a terra. compreende o romano. sorri o anticristo.
morre o Cordeiro para equalizar o Caos & aplacar a Lei.

dentre três dias, anticristo, de baixo para cima
no mural dito ETERNIDADE, estarás crucificado.


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