sábado, 7 de janeiro de 2023

Sete poemas de Sammis Reachers


GÓLGOTA

 

A Morte naquela morte tomba,

                                                       desfulgurada.

Messias, a criança e o ancião do ciclo,

                                                       o preço da justiça exsuda.

A Vida, emboscando a cabeça da serpente,

                                                        remanesce.



Descalços

 

Andamos nossos passos nazarenos

Numa comissão feita de restaurações

De encontro ao abraço que do alto sol

nos aquece com seu banho morno

 

Somos luas nômades, vinte séculos

De cisma e audácia bordados:

Ágapes em busca de âmagos, almas

Arautos de uma missão sem centros

 

Nossa força nem é fé, nem esperança

Apenas, mas estarmos sempre confortáveis

No desconforto: rosas e lótus e girassóis

De amor sempre indiviso, sempre irisado.

 


Dia do Senhor, dia de milagres

 

O sol que nasce

A dália que se abre

Eu não ter sido fulminado à porta.



Como santos, fariseus


Ferido, eles o deixam para morrer.

Tempos depois, perguntam:

"Você?! E onde estava, quando precisamos?"

“DESGUARNECENDO a RETAGUARDA de VOCÊS.”



A integralidade da missão

 

A vereda do arauto

É um mais que

solfejar esperanças.

 

É enfornar, cozinhar

e transportar os tijolos

empregados na construção

crística, ou seja, comunitária

de um abraço.

 


Um quase koan

 

mos o àres lauQ

osir mu ed

⸮sèver oa odir


Ambrósio de Pádua, o Cão

 

Entrando em seus aposentos

- um catre e um Livro -

E cerrando sobre si o ferrolho,

O principal dos pecadores

Arrancava de seu corpo as vestes,

De seus ossos as honras da missão

Antes de inclinar seus joelhos

De pó até o pó, nu sobre o abismo:

 

Como pano ou ilusão quaisquer

Poderiam mascarar suas misérias?



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