GÓLGOTA
A Morte naquela morte tomba,
desfulgurada.
Messias, a criança e o ancião do ciclo,
o preço da justiça exsuda.
A Vida, emboscando a cabeça da serpente,
remanesce.
Descalços
Andamos nossos passos
nazarenos
Numa comissão feita de
restaurações
De encontro ao abraço que
do alto sol
nos aquece com seu banho
morno
Somos luas nômades, vinte
séculos
De cisma e audácia
bordados:
Ágapes em busca de âmagos,
almas
Arautos de uma missão sem
centros
Nossa força nem é fé, nem
esperança
Apenas, mas estarmos
sempre confortáveis
No desconforto: rosas e
lótus e girassóis
De amor sempre indiviso,
sempre irisado.
Dia do Senhor, dia de milagres
O sol que nasce
A dália que se abre
Eu não ter sido fulminado à porta.
Como santos, fariseus
Ferido, eles o deixam para morrer.
Tempos depois, perguntam:
"Você?! E onde estava, quando precisamos?"
“DESGUARNECENDO a RETAGUARDA de VOCÊS.”
A integralidade da missão
A vereda do arauto
É um mais que
solfejar esperanças.
É enfornar, cozinhar
e transportar os tijolos
empregados na construção
crística, ou seja, comunitária
de um abraço.
Um quase koan
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Ambrósio de Pádua, o Cão
Entrando em seus aposentos
- um catre e um Livro -
E cerrando sobre si o ferrolho,
O principal dos pecadores
Arrancava de seu corpo as vestes,
De seus ossos as honras da missão
Antes de inclinar seus joelhos
De pó até o pó, nu sobre o abismo:
Como pano ou ilusão quaisquer
Poderiam mascarar suas misérias?