domingo, 30 de maio de 2010

O Silêncio Poiético: um Ensaio


Ensaio sobre o Silêncio Poiético, de J.T.Parreira

Uma só palavra pode trazer ao poema a força que se pretende lograr, por vezes, com dois ou três versos, frequentemente salva mesmo o poema do pastiche ou déjà vú. A palavra certa, que corresponde psicologicamente, e semanticamente sobretudo, ao que o poeta quer dizer. Todo o poema se sente nessa palavra, numa palavra média, como tal no exemplo seguinte:

“Ao longe com o vestido como sombra / passava, carregada de mágoa / (...) pendurada / no cântaro passava. // É a mulher samaritana / que vai ao poço de Jacob / buscar o silêncio da água.” (poema A Samaritana)

Para ler na íntegra em Poeta Salutor

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sobre as missões - um soneto

Missões em atos


De Atos tiro a lição mais singela:
o mundo só se ganhou por etapas.
A Boa Notícia então se revela
sem tu te ateres a todos os mapas.

Primeiro Jerusalém que, tão bela,
extravasa à Judeia, que escapa
por sua vez a Samaria e dela
chega aos confins do grão múndi mapa!

Que a lição eu mesmo aplique a meu mundo —
pregar com a vida e lábios agora
a mulher, filhos, vizinhos, amigos,

profundos, rasos, distantes, contíguos;
e possa em mim, focado no outro embora,
calar primeiro a Mensagem mais fundo!

De Fabiano Medeiros (2010)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Palavra

Letra no papel.
Palavra solta, ao léu.
Ordenada e conectada,
são palavras, mais nada.

Basta o sopro de Deus;
Espírito: vida para os seus.
Palavra que se torna viva,
letras que falam mais
que palavras.

Poema integrante do livro Caixa de Versos de Giovanni Alecrim, edição do autor, São Paulo,SP: 2009

GETSÊMANI


“Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim”
Mário de Sá-Carneiro, “Dispersão”


Tenho a alma amortalhada
oculta dentro de mim
e dispersa na penumbra deste jardim

a minha alma é a pedra
e a mão que a lança
a funda e a testa do gigante

a alma seca sangrada
do cutelo dos verdugos
e ainda sempre
tão em carne viva

a minha alma dispersa
pelos ramos destas árvores
e amigada às folhas caídas
que os meus pés pisam

alma casada com os espinhos
dentro de mim todo

moeda de compra preciosa
exposta na mortalha


Rui Miguel Duarte

26/05/10

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SBB promove Concurso de contos e poesias sobre a história das Sociedades Bíblicas no mundo

  A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) lança neste mês de maio o Concurso Literário "A História de Mary Jones - O início do movimento das Sociedades Bíblicas", com o objetivo de destacar a vida da jovem galesa que, no século XVIII, inspirou a criação da aliança mundial de organizações de difusão da Bíblia Sagrada. As inscrições estão abertas até o dia 20/8 e os deficientes visuais também podem participar, pois há material específico para eles e um dos objetivos da iniciativa é incentivar a escrita e leitura em braile, além de fomentar a criatividade de todos. A cerimônia de premiação está prevista para o dia 25 de setembro, no Museu da Bíblia, em Barueri (SP). O regulamento completo está no site da SBB.
  
   Para participar, o autor deve ter como texto base o livro "A História de Mary Jones - O Início do movimento das Sociedades Bíblicas", que pode ser adquirido gratuitamente na SBB. O Concurso terá duas categorias: autores com idade igual ou superior a 15 anos e autores com idade de até 14 anos completos (na data da inscrição).
  
   Pessoas com deficiência visual devem se cadastrar no programa “A Bíblia para pessoas com deficiência”, da Sociedade Bíblica do Brasil, por meio do site www.sbb.org.br ou entrar em contato pelo 0800-727-8888. Os demais também podem entrar em contato pelo mesmo telefone. Os inscritos receberão a obra em braile ou impressa em tinta. As inscrições também podem ser feitas pessoalmente ou por correio (endereços no site).
  
   Um pouco da história da jovem Mary Jones
  
   Foi o sonho e a perseverança de Mary Jones – uma menina de apenas 9 anos que lutou para conseguir um exemplar da Bíblia – que lançou, há 200 anos, a semente responsável pelo surgimento da primeira Sociedade Bíblica do mundo. Nascida no País de Gales, no século XVIII, a menina de família pobre viveu em uma época em que os livros – particularmente a Bíblia – eram difíceis de serem encontrados e muito caros.
  
   Disposta a qualquer sacrifício, Mary Jones trabalhou duro, economizou dinheiro por seis anos e ainda fez uma exaustiva viagem a pé de quase 40 quilômetros para atingir a sua meta. Sensibilizado com a experiência da menina, um grupo de cristãos ingleses decidiu fazer algo de concreto para tornar a Bíblia acessível a todos os povos. Assim, em 1804, na Inglaterra, foi fundada a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, dando origem a uma obra que se ampliou e ganhou alcance mundial.
  
   A SBB faz parte das Sociedades Bíblicas Unidas (SBU), uma aliança mundial fundada em 1946 com o objetivo de facilitar o processo de tradução, produção e distribuição das Escrituras Sagradas por meio de estratégias de cooperação mútua. As SBU congregam 145 Sociedades Bíblicas, atuantes em mais de 200 países e territórios. Essas entidades são orientadas pela missão de promover a maior distribuição possível de Bíblias, numa linguagem que as pessoas possam compreender e a um preço que possam pagar.

Para maiores informações sobre o Concurso, Clique Aqui.

Fonte: Agência Soma

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Venceu!

A morte? Sim, ele a venceu!
O pecado? Sim, ele o venceu!
O medo? Sim, ele o venceu!
Jesus venceu!
E hoje, somos perdoados!

Poema integrante do livro Caixa de Versos de Giovanni Alecrim, edição do autor, São Paulo,SP: 2009

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cristianismo e Anarquia

         
            (o) colapso de toda fluição:




                                 o muro,




                o mal.




              Bom dia Tolstoi!


Sammis Reachers

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sobre o legalismo

Autossalvação

É imoral o mais moral dos seres
que um sulco reto e bem traçado
abra para si
com o arado enferrujado
das boas intenções.


De Fabiano Medeiros (2009)

Reencontro

Depois da dor e do sofrimento,
depois do choro e do desespero,
é bom reencontrar, face-a-face,
quem tanto nos amou,
quem tanto nos ensinou.

É bom te ver Jesus!

Poema integrante do livro Caixa de Versos de Giovanni Alecrim, edição do autor, São Paulo,SP: 2009

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Contar as estrelas


No sé escribir a máquina sin ellas
Gerardo Diego


A única coisa que sei fazer
com as estrelas
é tocar nelas: nas teclas
onde salto, como o gamo
do Cântico dos Cânticos

a procurar palavras
sem névoas, nem fumos
oxidações da água, mas
puros cristais de neve

A única coisa que sei
é adormecer os dedos ao tacto
das estrelas: nas teclas
quadradas onde cada
destino recomeça.

12-5-2010
J.T.Parreira

terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma Rosa para Kierkegaard


Eu trago uma rosa para Kierkegaard

Kierkegaard que não viu Hiroshima

Que, vista,
Explodiria com ela

E deixaria um apócrifo
Contra a América cristã

Eu trago uma rosa em nome de Cristo e
Quero encontrar-te
Senhor Soren
Quero nomear meu filho assim, Soren

Teu semblante triste eu trago do berço,
Quero teu ímpeto libertário
Para denunciar nossas incongruências
Nossos nadas (trans)feitos doutrina,
Adaptação e contentamento

Eu quero teus saltos
Pois tenho asas e um teto
Que me prende de usá-las
(e um mundo a alcançar para Cristo)

Ah, Soren, com o perdão da truculência
Quero dar uma banda
No coro dos contentes
E deitar todos de pernas
Para o ar

-Quem sabe, de um
Outro ângulo,
Finalmente não enxergam
Os não alcançados?


Trago uma rosa para ti, para mim
- Para a multidão de nós

e laços -

Oxalá a realize

Sammis Reachers

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Em tempo

Quanto tempo ainda temos?
Tempo de vida!

Contamos o incontável: o tempo.
E assim ele nos aprisiona.
Chega de tempo, não conto mais!

Em tempo:
quanto
tempo
ainda
tenho?

Poema integrante do livro Caixa de Versos de Giovanni Alecrim, edição do autor, São Paulo,SP: 2009

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Poemas sobre Missões: Antologia de Poesia Missionária

*
 

Amados irmãos, é com grande alegria que apresentamos e disponibilizamos para download gratuito o livro eletrônico Antologia de Poesia Missionária.

A obra, organizada por Sammis Reachers, editor dos blogs Poesia Evangélica e Veredas Missionárias (entre outros), reúne belíssimos poemas de, sobre e para Missões, da lavra de diversos poetas evangélicos. O livro, de 108 págs. em formato PDF, traz ainda, como Apêndice, uma seleção de frases sobre Missões e Evangelismo.

Além de ser um subsídio devocional para edificação de toda a igreja, o livro objetiva ser uma ferramenta de auxílio a promotores de missões, pastores e missionários de todas as denominações, com poemas para serem declamados em cultos e eventos missionários, e publicados em sites, blogs, jornais e informativos de igrejas, missões e etc.

Baixe gratuitamente o livro, leia e compartilhe com seus irmãos. O livro não pode ser vendido, mas você pode redistribuí-lo eletronicamente, ou imprimi-lo para uso próprio ou distribuição a interessados.

E mais: Se você possui blog ou site, ou é responsável por site institucional (de Igrejas, Missões, Agências Missionárias, Ongs, etc.), convido-lhe a disponibilizar este livro a partir do mesmo, ajudando a promover o amor pela obra missionária, e edificando seus leitores. Não é preciso autorização prévia para isso, nem é necessário me comunicar.

PARA BAIXAR O LIVRO, Clique Aqui.

E se você está numa lan house que não o permite, ou por qualquer outro motivo não pode fazer o download, leia o livro online, Clicando Aqui.

Que o Senhor nosso Deus lhe abençoe, e una-nos cada vez mais no objetivo de alcançar os inalcançados, estejam eles próximos ou distantes.

Um fraterno abraço de seu irmão e conservo Sammis Reachers

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Perdão

A morte perdeu.
O pecado, derrotado foi.
A vida triunfou soberana.
Jesus venceu!
Perdão, por amor,
nos concedeu!

Poema integrante do livro Caixa de Versos de Giovanni Alecrim, edição do autor, São Paulo,SP: 2009

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Proveniências


A dor e a agonia não provêm
Do peso excessivo da cruz
Nem dos seixos irregulares
Que embaraçam a passagem
Nem da poeira
Invasora dos cinco sentidos
Nem da coroa de espinhos
Violentamente
Engastada na memória.
Nem do escárnio
Nem do ágil chicote
Que dilacera a carne
Dos membros entorpecidos
A dor e a agonia provêm
Dos corações empedernidos
E dos olhares incréus
Do mundo hostil.

Florbela Ribeiro®

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sobre os enganos do coração

Espelho religião

Trago ao fundo, pra quem vê,
A tristura que dissimulo,
A perene sensação do que sou.
Ostento, contudo, ao menos perspicaz
A alegria que rotulo,
A fugaz sensação que não sou.
Trago ao fundo pra que vejam...

Levo junto, na fachada,
O incorrutível procedimento,
O que presumo ser e não sou.
Revelo, contudo, ao mais agudo,
O pérfido encantamento,
O terror do que sou.
Levo juntos, na fachada...

Trago e levo,
Ao fundo e na fachada,
O pavor,
O terror,
Dessa farsada...


De Fabiano Medeiros (1988)
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