Se me tirar os olhos, não ficarei
no entardecer
nem me perderei no caminho
com os meus dedos irei
sob o fogo azul do sol
tocar ainda os rostos que conheço
Se me tirar os olhos
poderei sonhar para dentro
tal como a água terna das lágrimas
começa antes no fundo inominável
Se me tirar os olhos
todas as coisas
serão cores que ouvirei
nos sons que conheço, um neto
afundando a cabeça no meu peito
será uma canção
entre um pássaro e outro pássaro
sentirei o vento do seu voo
e assim o que agora não vejo
em todas as coisas tornar-se-á claro.
6/04/2011
Inédito de J.T.Parreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário