sábado, 16 de abril de 2011

NOVO SALMO 91



As poeiras não entram 
na casa do Altíssimo 
todas as gangrenas e infecções 
podem incrustar-se no espaço ou 
partir-se nas pedras 

eu é que não as temo as setas as pragas
que espreitam à entrada da noite
abro os olhos e o que vejo?
a arma do caçador furtivo virou-se
contra a própria mão que acciona o gatilho
marcho por entre as colunas rígidas
de exércitos empedernidos 
que se estilhaçam um por um 
os meus joelhos não se quebram
e os meus pés marcham
e pisam indolor um chão 
de inimigos

esquivam-se fogem os medos 
dos que me odeiam 
e ao alto de um monte 
sou transportado onde 
sobre a minha cabeça
pousa como asas o sol do Senhor 

Rui Miguel Duarte
12/04/11

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