domingo, 10 de abril de 2011

OS RIOS

Passam-nos por sob as bocas
os rios passam incólumes
e lá pousam as águas
onde deixámos os olhos
presos nas curvas dos cabelos 
e das coxas da amada

neles buscamos a paz 
que os vales cavaram
buscamos a paz 
que se entregou ao enlace
dos pensamentos trementes
nas centelhas de luz à superfície 
dando à luz o sol 

cavalos de pele lisa 
são as águas dos rios
afago nas bocas que queriam dizê-los
e ampliá-los em verbos e nomes

mas o que há neles são águas
quando os nossos olhos as tocam
e os lábios delas são magoados
é o corpo e a alma todos que nelas
nadam e passam e permanecem
inocentes


Rui Miguel Duarte
9/04/11

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