Passam-nos por sob as bocas
os rios passam incólumes
e lá pousam as águas
onde deixámos os olhos
presos nas curvas dos cabelos
e das coxas da amada
neles buscamos a paz
que os vales cavaram
buscamos a paz
que se entregou ao enlace
dos pensamentos trementes
nas centelhas de luz à superfície
dando à luz o sol
cavalos de pele lisa
são as águas dos rios
afago nas bocas que queriam dizê-los
e ampliá-los em verbos e nomes
mas o que há neles são águas
quando os nossos olhos as tocam
e os lábios delas são magoados
é o corpo e a alma todos que nelas
nadam e passam e permanecem
inocentes
Rui Miguel Duarte
9/04/11
Nenhum comentário:
Postar um comentário