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Não se verá a sublimidade desta esfera.
Não se haverá de compreender
o que paira
por detrás da lágrima
ou do sorriso
e dispensaria palavras.
E, ante a fúnebre presença
do entardecer,
cair-se-á no erro
da insensibilidade.
Há que se retomar
a essência esvaída,
aguçar os sentidos,
dar-se sem limites.
Pois foi na tristeza
pesada da noite
que um dia
eu encontrei um amor,
e foi na aridez
do deserto,
por onde já muito passei,
que descobri
o valor
das águas cristalinas,
que correm da fonte
sobre rochas
indestronáveis.
Quem é mais estéril:
este deserto
que me deu
uma flor
ou vós
que não vedes
beleza em nada
que fazeis -
a indizível
beleza das pequenas
cousas?
De Fabiano Medeiros (1988)
Um comentário:
amei o blog! lindas poesias. estou aqdd seu blog nos meus links.
Deus te abençoe!
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