domingo, 29 de agosto de 2010
A História se Repete
(SALMO 84)
O pardal encontrou casa
A andorinha ninho
O salmista e EU os altares do Senhor
Onde mais vale passar um dia
Que mil em qualquer outro lugar
Pr.Luiz Flor dos Santos
http://pulpito.blog.terra.com.br/
sábado, 21 de agosto de 2010
Salmo 122, inédito de J.T.Parreira

Há uma casa que me espera, a casa
de alegrias, em que entro sem manto
nem glória sobre os ombros
a casa é apenas o que
meus olhos vêem
e o meu hino ergue
De dentro da casa
saem o dia e a noite, o céu
não é o que vemos azul
ou intangível negro
Alegrei-me quando me disseram
vamos à Casa do Senhor
construir as paredes
com nossos corpos
o tecto
com as imagens que estão
no nosso olhar
Alegrei-me quando de um golpe
a Casa do Senhor
escorou minhas ruínas.
de alegrias, em que entro sem manto
nem glória sobre os ombros
a casa é apenas o que
meus olhos vêem
e o meu hino ergue
De dentro da casa
saem o dia e a noite, o céu
não é o que vemos azul
ou intangível negro
Alegrei-me quando me disseram
vamos à Casa do Senhor
construir as paredes
com nossos corpos
o tecto
com as imagens que estão
no nosso olhar
Alegrei-me quando de um golpe
a Casa do Senhor
escorou minhas ruínas.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A.D.D.
Em face à viscosa belicosidade do mundo
(quando respondo mal com mal)
blindo meus poros com lâminas
e sou o primeiro dos mutilados, Senhor,
o 1º dos Andarilhos Despedaçados pelo Desamor
Mas quando venço, quando
tenho flores,
oh, Senhor!
Sou um céu
para 30 precipícios
Sammis Reachers
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Homenagem a meu pai em seus 86 anos
herdade
teu pigarro
tua morosidade
teu cigarro
tua comodidade
teu desejo sereno, silencioso
tua resignação
teu bocejo, terreno arenoso
tua solidão
remetiam-me todos
ao teu dia de morte
em que amaria
ouvir teu pigarro
apagar-te o cigarro
não ter-me irritado assim
e eu seria dono de nas noites
todas as tosses
e das manhãs herdaria teu
amigo emudecido, o chimarrão
em todas as bonanças absorveria
tua calma —
nossa eterna placidez!
(não precisas deixar-me
a frieza... a indiferença
dá a teu primogênito
deita a outro e/ou a outro
tua limitosa e eterna paciência e... ah!
desprograma
a mansidão
a lerdeza
a moleza
e todo ruim de então)
Mas já não te cherarei em nenhuma ala
de nenhum fumante
de nenhum avião
— embora sabendo
que nada levarás
que for chimarrão —,
certo de encontrar-te
na casa dAquele que soprou tua fumaça
e ao decepar o teu deus te deu um Amigo.
tu sonDe Fabiano Medeiros (1989)
sábado, 14 de agosto de 2010
ESTRELAS

"Gosto muito mais /De olhar as estrelas / que de assinar uma sentença de morte"
(Velemir Khlebnikov)
Gosto muito mais
de olhar as estrelas
o meu olhar bem sabe
onde se quer perder
no pontilhado do céu, no lustro dos astros
que de assinar uma sentença de morte
a minha mão bem sabe
o que escolheu,
com que lustrar
e pontilhar a folha branca
se estou só, se o ódio
acomete com a sua asa de pedra
não cedo
que murmure
que impetre o ofídio morte
ao meu semelhante
viro-lhe as costas
da mão e da face
a mão não pode escrever outra coisa
senão o que os olhos vêem
é assim que é
como poderia suportar a perda
de uma das estrelas
do meu firmamento?
de uma só, por mais fosca que seja
a sua luz
vê-la cadente seria matá-la
e isso eu não faço!
13/08/10
Vida Irrespirável
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Insight
5
Não se verá a sublimidade desta esfera.
Não se haverá de compreender
o que paira
por detrás da lágrima
ou do sorriso
e dispensaria palavras.
E, ante a fúnebre presença
do entardecer,
cair-se-á no erro
da insensibilidade.
Há que se retomar
a essência esvaída,
aguçar os sentidos,
dar-se sem limites.
Pois foi na tristeza
pesada da noite
que um dia
eu encontrei um amor,
e foi na aridez
do deserto,
por onde já muito passei,
que descobri
o valor
das águas cristalinas,
que correm da fonte
sobre rochas
indestronáveis.
Quem é mais estéril:
este deserto
que me deu
uma flor
ou vós
que não vedes
beleza em nada
que fazeis -
a indizível
beleza das pequenas
cousas?
De Fabiano Medeiros (1988)
Não se verá a sublimidade desta esfera.
Não se haverá de compreender
o que paira
por detrás da lágrima
ou do sorriso
e dispensaria palavras.
E, ante a fúnebre presença
do entardecer,
cair-se-á no erro
da insensibilidade.
Há que se retomar
a essência esvaída,
aguçar os sentidos,
dar-se sem limites.
Pois foi na tristeza
pesada da noite
que um dia
eu encontrei um amor,
e foi na aridez
do deserto,
por onde já muito passei,
que descobri
o valor
das águas cristalinas,
que correm da fonte
sobre rochas
indestronáveis.
Quem é mais estéril:
este deserto
que me deu
uma flor
ou vós
que não vedes
beleza em nada
que fazeis -
a indizível
beleza das pequenas
cousas?
De Fabiano Medeiros (1988)
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Amor e Fuga em Auschwitz, inédito
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Autoexortação
3
Eu sei que percorreste distâncias
em dias tão causticantes;
que galgaste estradas sozinho -
sei das vezes sofridas da caminhada,
que também, dentre outros,
neste mundo enfim,
sentes perenemente a dor.
Conheço-te e sei o que é o teu pesar,
o que te tem entediado até:
mas que te quiseste enlaçar, quiseste.
Não lutaste quando devias
e foste correndo em direção
aos laços que hoje te oprimem.
Porque te atraem as luzes,
esses brilhos fugazes,
essas ruas de fulgor efêmero,
essas belas coisas
que teus olhos veem
sem perceber que são
apenas miragens:
vives num deserto
onde não há senão a beleza da areia,
beleza louca, pois inconstante,
volúvel como tudo o mais.
E como tu...
Como tu somente...
Tu procuraste cavar sepulturas
quando havia campos
onde semeasses...
havia desespero e dor,
havia sede ao teu redor.
Ah, tu, que tudo tinhas
e na mão retinhas
a resposta que receberas,
retendo-a tão-somente
nem para ti.
Quando se te clamava,
negavas ser forte
e matavas milhares,
e te matavas a ti.
Agora,
põe-te aqui diante de mim
e esvoaça.
Liberta-te para
circulares por mim.
Então tu verás
este meu ser circunscrito,
minha apoteose infrutífera.
Deita de lado o que
vês simplesmente.
Restaura-te,
instaura em teu ser
o compreender que transcende,
que ultrapassa
os limites da mente.
Busca até já não poderes ver.
Eleva-te acima
da tua mediocridade,
e arrasta-te se não puderes
sem ela caminhar.
Mas vai-te ao encontro
do que vires
e cessa de te ateres
ao teu mero esquadrinhar.
De Fabiano Medeiros (1988)
Eu sei que percorreste distâncias
em dias tão causticantes;
que galgaste estradas sozinho -
sei das vezes sofridas da caminhada,
que também, dentre outros,
neste mundo enfim,
sentes perenemente a dor.
Conheço-te e sei o que é o teu pesar,
o que te tem entediado até:
mas que te quiseste enlaçar, quiseste.
Não lutaste quando devias
e foste correndo em direção
aos laços que hoje te oprimem.
Porque te atraem as luzes,
esses brilhos fugazes,
essas ruas de fulgor efêmero,
essas belas coisas
que teus olhos veem
sem perceber que são
apenas miragens:
vives num deserto
onde não há senão a beleza da areia,
beleza louca, pois inconstante,
volúvel como tudo o mais.
E como tu...
Como tu somente...
Tu procuraste cavar sepulturas
quando havia campos
onde semeasses...
havia desespero e dor,
havia sede ao teu redor.
Ah, tu, que tudo tinhas
e na mão retinhas
a resposta que receberas,
retendo-a tão-somente
nem para ti.
Quando se te clamava,
negavas ser forte
e matavas milhares,
e te matavas a ti.
Agora,
põe-te aqui diante de mim
e esvoaça.
Liberta-te para
circulares por mim.
Então tu verás
este meu ser circunscrito,
minha apoteose infrutífera.
Deita de lado o que
vês simplesmente.
Restaura-te,
instaura em teu ser
o compreender que transcende,
que ultrapassa
os limites da mente.
Busca até já não poderes ver.
Eleva-te acima
da tua mediocridade,
e arrasta-te se não puderes
sem ela caminhar.
Mas vai-te ao encontro
do que vires
e cessa de te ateres
ao teu mero esquadrinhar.
De Fabiano Medeiros (1988)
sábado, 7 de agosto de 2010
Desabafo
Certeza
1
De novo me vejo
recorrido à luta renhida
que travo com este branco infinito,
cruento branco,
que me atenua indescritível,
que suporta e não sei como
este peso obscuro
e enegrecido,
disfarçado de azul.
Sabe ele e só ele o sabe -
a pungência desta pena
de densa levez.
E quando não
do choro
de lágrimas
decomponentes e ácidas,
quando do pranto
intrínseco à vida que carrego,
e quando do gemer,
o desabafo,
o eterno desconsolo
de sempre ter
de novamente chorar.
O que li e o que me contaram
se desfez
e se condessou
no mais profundo
esconso d'alma;
ficou ali no mais exíguo
de todos os espaços,
aonde não tenho
nem quero ter acesso:
pois cansei
de sempre acreditar,
pois abominei
os sonhos
e o modo sutil
com que todos se destroem,
com que caminham
a um fim
nunca desejado.
De Fabiano Medeiros (1988)
1
De novo me vejo
recorrido à luta renhida
que travo com este branco infinito,
cruento branco,
que me atenua indescritível,
que suporta e não sei como
este peso obscuro
e enegrecido,
disfarçado de azul.
Sabe ele e só ele o sabe -
a pungência desta pena
de densa levez.
E quando não
do choro
de lágrimas
decomponentes e ácidas,
quando do pranto
intrínseco à vida que carrego,
e quando do gemer,
o desabafo,
o eterno desconsolo
de sempre ter
de novamente chorar.
O que li e o que me contaram
se desfez
e se condessou
no mais profundo
esconso d'alma;
ficou ali no mais exíguo
de todos os espaços,
aonde não tenho
nem quero ter acesso:
pois cansei
de sempre acreditar,
pois abominei
os sonhos
e o modo sutil
com que todos se destroem,
com que caminham
a um fim
nunca desejado.
De Fabiano Medeiros (1988)
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Sobre um adeus
Quando te foste
Estou que não sinto, que não vejo,
estou que não tenho
a pujança da adolescência,
o desbravar de mares
que se me diz irrompe a todos
indistintamente.
Cheguei até aqui repleto
de sonhos,
de amores,
de ingenuidade.
E a espontaneidade doutros dias
foi-se enfraquecendo,
enfraquecendo,
morreu.
Foi que se esvaiu em mim
um suave fôlego,
um leve sopro quente
de alegrias e esperança...
este que nem tu,
ó mais perfeita de todas as mulheres,
soubeste fazer retornar.
E eu retomo meu mundo,
mulher,
recobro a tristeza
que conheceste,
a timorata presença de luz
de meus olhos que mal
Estou que não sinto, que não vejo,
estou que não tenho
a pujança da adolescência,
o desbravar de mares
que se me diz irrompe a todos
indistintamente.
Cheguei até aqui repleto
de sonhos,
de amores,
de ingenuidade.
E a espontaneidade doutros dias
foi-se enfraquecendo,
enfraquecendo,
morreu.
Foi que se esvaiu em mim
um suave fôlego,
um leve sopro quente
de alegrias e esperança...
este que nem tu,
ó mais perfeita de todas as mulheres,
soubeste fazer retornar.
E eu retomo meu mundo,
mulher,
recobro a tristeza
que conheceste,
a timorata presença de luz
de meus olhos que mal
vislumbrava o caminhar.
Perdi qualquer coisa como a vida
e estancou-se-me no peito
o sorriso:
já não corre solto e ligeiro,
não mais flui ligeiro e bonito,
não mais terno e acolhedor.
E neste momento de
estranha reverência,
em que ao perder-te sou trevas,
sou morte, sou sofrer,
eu sinto na leveza o peso
de deixar-te ir embora
sem lutar, sem soltar as
lágrimas para veres
que sofro
por jamais, jamais
ter podido te amar.
De Fabiano Medeiros (1988)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Receita para fazer uma rosa

Uma abelha ou duas(...)
E a sépala, a pétala, e um espinho (...)
Eu tenho uma Rosa!
Emily Dickinson
Emily Dickinson
imensa, com pequenos pólenes
salpicando o ar
A serenidade da pétala
com outra pétala, o amor
do estame vertendo
Dois saltos de abelha entre dois lábios
E toda a seda
que vem ao colo do vento.
18/7/2010
J.T.Parreira
domingo, 1 de agosto de 2010
Irmão Luiz da Deus É Amor
*
Falei ao irmãoque me indagou do nome
“Sammis é nome de cão
estranho cão que tem também
sobrenome”
a resposta estava pronta
ele a deu
“só foram com Gideão
aqueles que tinham o espírito
alerta de um cão”
Hoje ele saiu-se com outra
“Como está?”, indagou
“Estou indo pela misericórdia...”
“E quem não está?
Me aponte um.”
Sammis Reachers
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