O presente do passado
Não permitas que as lembranças
Não permitas que as lembranças
do passado que não volta,
que hoje te assaltaram...
(encapsuladas naquela gota transluzente
concentradas naquele odor de terra após a chuva
transportadas na visão do céu plúmbeo
refletidas na contemplação do vento a roçar a face das árvores
reverberadas no fragor confuso das vozes
retumbadas no burburinho das alamedas)
... não te sejam hoje como um souvenir
nem que te amorteçam a esperança
nem te esmoreçam em teu presente
Antes te façam relembrar
que o passado é mesmo um regalo de Deus ―
se bom ou ruim para ti:
sempre para teu bem!
Pois que a boa lembrança
não gere saudade melancólica, mas afeto, ternura e gratidão
e a má lembrança
te faça mais generoso e perdoador
com o senso vívido
de que o passado vivido
é sempre um presente do Céu,
para o teu ontem, para o teu hoje, para o teu amanhã.
De Fabiano Medeiros (março de 2012)
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