Vieste na fragilidade
Palavra eterna, forte, graça e verdade
Feita carne.
Na fragilidade
De que somos carne e sangue
Articulação, osso e medula.
Sem majestade, sem coroa nem manto,
Sem luzes que ladeiem nem cortejos que acompanhem a tua passagem,
Sem a glória do Único Filho que exibisses de ti mesmo.
Uns te anunciaram e te esperavam
Oravam e jejuavam até que viesses,
No templo, no lugar da profecia,
Outros nos cálculos astronómicos, atentos ao rasto dos astros,
E na maturidade das eras denunciando os sinais,
Com anseio de ao estábulo correr e poder te ver
No estábulo do arrabalde, onde outros te não esperavam.
E por dentro da nossa fragilidade te intrometeste,
Açoitado pela dor, por todas as paixões tentado.
Comeste da nossa fome, bebeste da nossa sede,
Conheceste a ardência do prumo do sol e a geada nocturna no deserto,
O rosto sulcado pela tristeza da partida dos que amaste,
Até a lâmina dos amigos que traem, os íntimos,
E a tortura e a enfermidade.
Mas em tudo permaneceste tu mesmo,
Sem nunca te tornares fragilidade,
A não ser essa nossa fragilidade,
Tanto na hora primeira, quando necessitado de agasalho e do peito da mãe,
Como na derradeira, meu Deus, meu Deus, abandonada da misericórdia do Pai.
Aí a nossa fragilidade toda se consumiu e se consumou.
Entendemos então a verdade e a graça
Feitas carne e sangue,
Feitas cada um de nós.
Hoje, dia de Natal, comemoramos o primeiro dia
De eternidade e força,
Em que
Fizeste de nós o que tu és.
Rui Miguel Duarte
Palavra eterna, forte, graça e verdade
Feita carne.
Na fragilidade
De que somos carne e sangue
Articulação, osso e medula.
Sem majestade, sem coroa nem manto,
Sem luzes que ladeiem nem cortejos que acompanhem a tua passagem,
Sem a glória do Único Filho que exibisses de ti mesmo.
Uns te anunciaram e te esperavam
Oravam e jejuavam até que viesses,
No templo, no lugar da profecia,
Outros nos cálculos astronómicos, atentos ao rasto dos astros,
E na maturidade das eras denunciando os sinais,
Com anseio de ao estábulo correr e poder te ver
No estábulo do arrabalde, onde outros te não esperavam.
E por dentro da nossa fragilidade te intrometeste,
Açoitado pela dor, por todas as paixões tentado.
Comeste da nossa fome, bebeste da nossa sede,
Conheceste a ardência do prumo do sol e a geada nocturna no deserto,
O rosto sulcado pela tristeza da partida dos que amaste,
Até a lâmina dos amigos que traem, os íntimos,
E a tortura e a enfermidade.
Mas em tudo permaneceste tu mesmo,
Sem nunca te tornares fragilidade,
A não ser essa nossa fragilidade,
Tanto na hora primeira, quando necessitado de agasalho e do peito da mãe,
Como na derradeira, meu Deus, meu Deus, abandonada da misericórdia do Pai.
Aí a nossa fragilidade toda se consumiu e se consumou.
Entendemos então a verdade e a graça
Feitas carne e sangue,
Feitas cada um de nós.
Hoje, dia de Natal, comemoramos o primeiro dia
De eternidade e força,
Em que
Fizeste de nós o que tu és.
Rui Miguel Duarte
Natal de 2005
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