“Está sozinho preso ao fio
da velha roupa
que espera outra noite, no espaço
imóvel do silêncio”
J. T. Parreira, in “Na rua”
Sozinho, preso ao fio
da velha roupa
à porta da mansão do banqueiro
é um estranho
e só tem de seu o meio degrau
em que está sentado
Sozinho, ulcerado
pelo vento e pela chuva
e lambido pela língua
dos cães
sozinhos
como ele,
espera que noutra noite
numa qualquer
(se não for nesta),
lhe caia da mesa
uma côdea de pão
dentro do espaço
imóvel do silêncio
da fome
Sozinho, intruso
às colunas
que ladeiam a porta
preso por um fio
do velho cobertor
que o banqueiro pisa ao entrar
tem os joelhos cravados na laje
de mármore
da solidão
e os olhos postos no céu
aspergido de estrelas
no seio do pai Abraão
da velha roupa
que espera outra noite, no espaço
imóvel do silêncio”
J. T. Parreira, in “Na rua”
Sozinho, preso ao fio
da velha roupa
à porta da mansão do banqueiro
é um estranho
e só tem de seu o meio degrau
em que está sentado
Sozinho, ulcerado
pelo vento e pela chuva
e lambido pela língua
dos cães
sozinhos
como ele,
espera que noutra noite
numa qualquer
(se não for nesta),
lhe caia da mesa
uma côdea de pão
dentro do espaço
imóvel do silêncio
da fome
Sozinho, intruso
às colunas
que ladeiam a porta
preso por um fio
do velho cobertor
que o banqueiro pisa ao entrar
tem os joelhos cravados na laje
de mármore
da solidão
e os olhos postos no céu
aspergido de estrelas
no seio do pai Abraão
Rui Miguel Duarte
26/11/09
26/11/09
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