o mundo está sempre a florescer
Longe de mim diminuir o louvor"
José Tolentino Mendonça, in "Sintra, antiga Estalagem da Raposa"
Aqueles que frequentam o jardim
fazem de cada pétala a sua casa
em cada cor reflectem as luzes da cidade
em cada olor se lavam da poeira das estradas.
A sombra das árvores é o seu deleite.
Se se sentam nos bancos, é para que
os ouvidos fiquem atentos
ao salmo dos pássaros
e do rumor das folhas.
No jardim o tempo não tem fronteiras,
não há sebes,
nele deixa o infinito o seu lastro.
Longe de mim romper
a fina membrana do silêncio
longe de mim permitir que
a perene florescência
do mundo, que para eles é o jardim,
deixe de entoar o devido salmo do louvor.
1/11/09
Publicado como inédito em Poeta Salutor
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