Levantei-me para abrir ao meu Amado.
A sua mão meteu um perfume
pela fresta da porta.
E levantei-me para abrir ao meu Amado.
Mas do lado de fora só um perfume
húmido e gasto.
Eu não queria apenas isto. Saí
para o orvalho da noite
limpar o medo no meu rosto.
Mas contra mim voaram
carregados de espessa noite
os olhos dos que vigiam a cidade
espancaram-me os guardas da cidade
um após o outro vieram
romper o meu vestido para contar
entre os objectos de amor
o meu pobre corpo nu.
Escrito em Paris, a 11/1/1994
J.T.Parreira
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