Que pássaros cantam
no paraíso que perdi?
Que estrelas, nunca
definitivas, riscaram
num buraco do céu
a sua passagem?
Em que ramo
esqueci o fruto da vida?
Habito as alternâncias do tédio
e do ânimo, às vezes
uma casa de areia
onde mesmo assim existe
um trilho de flores silvestres.
Em que mina de ouro perdi
o olhar, que já foi um brilho
na noite?
Como é difícil ser bêbado
de silêncios.
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