quinta-feira, 19 de março de 2009

Saudade, Op. 137, Salmo de João Tomaz Parreira

Alguém nos exilou as liras.
Junto aos canais da Babilónia
trazia o vento familiares
cheiros do país fechado.

Pediam que fossemos ao fundo
dos objectos mais queridos
desarrumar a alegria,
aqueles que nos tinham oprimido
dos nossos soluços queriam
que o cântico de Sião
fosse inventado.

Mas alguém exilou as nossas harpas
desiludidas nos salgueiros,
como tirar das coisas deste mundo
um cântico ao Senhor?

Só o vento se inclinava
sobre as liras penduradas.



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