segunda-feira, 16 de março de 2009

O Poeta é Assim, de Rosa Jurandir Braz

Para J.T.Parreira

Não, não és tu aquele barco
adernado, às escuras, no lago.

Tu és clara voz que enternece
desde o Poço de Jacob
ao vestido que traz o cântaro.

Prendes-nos a respiração
se lamentas com David
em Kaddish a Absalão.

Ameaças ausentar-te e já
és Dilúvio em nossos olhos.

Tu és a Brisa que cicia
o poema a Nova Iorque
que enlaça o seu pescoço
de altiva mulher de Modigliani.

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