quinta-feira, 6 de junho de 2013

Flanar


Quero flanar
Ser uma pena
Levado ao vento
Sondar o precário
Nosso outono trágico
Ausência de primavera
Folhas e homens ao chão
Tudo que não sei
Eu sei... aprendi nas ruas
Flanei  nos becos
Nos  labirintos dos guetos
Embaixo das pontes
Tropeçam os homens
Em pedras, pobres zumbis
Precariedade extrema
Flagelos sem opção
Entre lama e sangue
Flanei a conversa 
De uma criança... 
Marcou-me a sua alegria
Feriu-me sua dor
Sem confidência, sem fingir
Domingo vou passear
Vou ao presidio
Lá está minha mãe
Ela fez o que não devia
Em meu flanar
Eu os vi  bebendo refresco
Com bolo de fubá
Entre os muros cinzentos
Os guardas não podiam conter
Lágrimas e risos de felicidade
A meiguice de uma mãe que sofre
Voz embargada, sussurros...
Não pegue no que é do outro
Fique livre... siga limpo...

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