Viveu sempre sem casa
sem mesa onde pousar os braços
cordiais exaustos da multiplicação
dos pães, sem chão
onde enxugar os pés de caminhar no mar
viveu sempre sem a seda oriental
da almofada, dormia sobre os caminhos
porque tinha a Hora a cumprir
não tinha terrenos, nem casas, nem sequer
a madeira com que fora em tempos carpinteiro
No dia em que morreu, todos
aberta para o fundo
para poder descansar, um túmulo
quiseram por fim que habitasse
atrás do alto porte de uma pedra
esqueceram que Ele romperia
com seu corpo os atavios
e o suave descanso da morte.
8/4/2012
(c) J.T.Parreira
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