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A alma tolhida -
constrangeram-na ao silêncio
cada um deles: pecados e lembranças,
insatisfações e incertezas.
Ah! pois que na noite incerta da vida
permeou o negrume,
divagou por entre as trevas,
solta e incônscia,
numa desordem desmedida.
Esvaiu-se ligeira e atormentada,
vestida de sonhos,
impregnada de ilusão.
Desconhecia ser ela o recôndito,
o mais profundo e sagrado
recesso humano,
habitáculo de quem perscruta os corações.
Se te deste a quimeras,
se teus olhos no infinito
não divisam o arrebol...
Se estás amoravelmente preso
ao teu elemento material,
a tudo que te cerca e perece,
sabe que tu'alma secou,
é um braço de rio que deixaste exaurir
É tu'alma eterna e
para sempre tolhida.
De Fabiano Medeiros (1987)
Um comentário:
Transitório... engraçado como algumas coisas aparecem em nossa vida, há algumas horas postei em meu blog uma poesia também a falar da transitoriedade!
Apreciei o texto, tão profundo!
Que aprendamos com a vida a não viver de quimeras...
Gostei muito desse blog também, Sammis!
Deus o abençoe, Ju
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