Poema de graça
Se me quero conhecer, já aprendi
(ou ao menos deveria),
que mais a Ti conheça,
submisso à luz da tua Revelação,
por ela decomposto e reconstruído,
abatido e reerguido,
sentenciado e absolvido,
morto e revivido.
O Verbo que proferes me revela quem sou
e me (re)define,
trazendo luz brilhante e perspectiva precisa,
cortante análise que me deixa sem fala
e me esquadrinha até os ossos.
Mas não é exatamente o que escolho
e prefiro decantar a cada instante,
quando fecho os olhos
para quanto em mim te repele
e prossigo amando o conforto
vago e casual da rebeldia,
aquele punho cerrado da alma
que grita glória a tudo que em mim
respira e pulsa,
glória a minha lei e passe livre
a minha vontade,
salvo-conduto a minha crença vã
na auto-estima,
na justiça própria, na autodependência,
na busca insaciável do prazer pessoal,
na independência arrogante e acintosa
que grita a vitória e a liberdade em relação a ti.
A cada dia…
enquanto tuas misericórdias
se vão renovando a meu favor,
bem diante dos meus olhos…
com a clareza límpida
do mais cristalino ribeiro!
Quero todos os dias fazer de conta que
não te encontrei na estrada da vida,
que tua luz, que foi a meu encontro
e me lançou por terra,
quando eu andava tateando meus limites trôpegos,
não passou de um sonho alucinado,
do qual quero ainda acordar
para um reinado só meu,
no aconchego das minhas trevas.
Pois esqueço sempre quem sou e
quão efêmeros e fugazes meus caminhos,
esqueço sempre que qualquer
sonho mais lindo que eu sonhe ou alimente
não passará de utópica quimera…
mera alucinação,
se à parte dos teus sábios
decretos sempiternos.
E esqueço da Cruz, lugar único de
onde flui justiça e propiciação,
amor e graça,
reconciliação e piedade,
regeneração e humildade,
vida nova e vida eterna,
perspectiva e gratidão.
Gratidão que nem sempre alimento,
e que poderia me transformar
pela força do amor,
ao contemplar que árduo e longo caminho trilhaste por mim…
não só apesar mas também por causa de mim…
Dá que eu volte os olhos à cruz,
não esqueça quem sou e,
mais importante, quem és,
nem gaste meu tempo urdindo a teia
da minha religião furada,
antes te tenha por alicerce único e malha
exclusiva da vida aqui e no porvir.
Em outras palavras, enche meu peito
de paixão por ti e por tua glória,
e dá-me a lucidez que brota
das boas-novas da cruz,
uma lucidez que apruma
o meu mundo e lhe dá o sentido.
E eu seguirei tendo de ser relembrado.
Aliás, como te posso agradecer
por me relembrares hoje mais uma vez?
E por amanhã já teres determinado
teus novos meios de me
centrar em ti, na obra da cruz e
na esperança do evangelho?
Fabiano Medeiros (2006,em Gilbert, AZ)
Se me quero conhecer, já aprendi
(ou ao menos deveria),
que mais a Ti conheça,
submisso à luz da tua Revelação,
por ela decomposto e reconstruído,
abatido e reerguido,
sentenciado e absolvido,
morto e revivido.
O Verbo que proferes me revela quem sou
e me (re)define,
trazendo luz brilhante e perspectiva precisa,
cortante análise que me deixa sem fala
e me esquadrinha até os ossos.
Mas não é exatamente o que escolho
e prefiro decantar a cada instante,
quando fecho os olhos
para quanto em mim te repele
e prossigo amando o conforto
vago e casual da rebeldia,
aquele punho cerrado da alma
que grita glória a tudo que em mim
respira e pulsa,
glória a minha lei e passe livre
a minha vontade,
salvo-conduto a minha crença vã
na auto-estima,
na justiça própria, na autodependência,
na busca insaciável do prazer pessoal,
na independência arrogante e acintosa
que grita a vitória e a liberdade em relação a ti.
A cada dia…
enquanto tuas misericórdias
se vão renovando a meu favor,
bem diante dos meus olhos…
com a clareza límpida
do mais cristalino ribeiro!
Quero todos os dias fazer de conta que
não te encontrei na estrada da vida,
que tua luz, que foi a meu encontro
e me lançou por terra,
quando eu andava tateando meus limites trôpegos,
não passou de um sonho alucinado,
do qual quero ainda acordar
para um reinado só meu,
no aconchego das minhas trevas.
Pois esqueço sempre quem sou e
quão efêmeros e fugazes meus caminhos,
esqueço sempre que qualquer
sonho mais lindo que eu sonhe ou alimente
não passará de utópica quimera…
mera alucinação,
se à parte dos teus sábios
decretos sempiternos.
E esqueço da Cruz, lugar único de
onde flui justiça e propiciação,
amor e graça,
reconciliação e piedade,
regeneração e humildade,
vida nova e vida eterna,
perspectiva e gratidão.
Gratidão que nem sempre alimento,
e que poderia me transformar
pela força do amor,
ao contemplar que árduo e longo caminho trilhaste por mim…
não só apesar mas também por causa de mim…
Dá que eu volte os olhos à cruz,
não esqueça quem sou e,
mais importante, quem és,
nem gaste meu tempo urdindo a teia
da minha religião furada,
antes te tenha por alicerce único e malha
exclusiva da vida aqui e no porvir.
Em outras palavras, enche meu peito
de paixão por ti e por tua glória,
e dá-me a lucidez que brota
das boas-novas da cruz,
uma lucidez que apruma
o meu mundo e lhe dá o sentido.
E eu seguirei tendo de ser relembrado.
Aliás, como te posso agradecer
por me relembrares hoje mais uma vez?
E por amanhã já teres determinado
teus novos meios de me
centrar em ti, na obra da cruz e
na esperança do evangelho?
Fabiano Medeiros (2006,em Gilbert, AZ)
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