sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eu, Eliphas Levi, bruxo, nigromante



Eu, Eliphas Levi, bruxo, nigromante

A noite vem rolando do ocidente, e presto chegará:
a Escuridão prepara o salão para o grande baile.
Ela me capta a um canto, sorri nefasta,
roga minha ajuda para colocar as guirlandas
e estender a faixa do príncipe aniversariante.
Por que eu?, pergunto, amedrontado
por ter sido visto, mesmo sob minha capa
de invisibilidade. Porque você está disponível,
ela responde.
Porque você busca saber o que está por trás do pó,
e cisma, e escava o solo e o seu coração.
Porque você me observa de cima a baixo.
E acha que talvez eu possa lhe dar as respostas
que Ele guardou de ti.
Posso te dar todas as respostas,
e saciar tua sede de Fausto; posso revelar-te
todos os segredos do Universo
e minhas respostas perfeitas
serão mentiras como o Universo é uma mentira,
tecida em partículas e ondas.

Então eu entendo tudo; ela tinha desde sempre
 meu coração em sua caixa.
Fujo correndo e choro e não quero parar de correr,
não quero acreditar que ela media-me enquanto eu a media,
não quero suportar que ela possuía-me.

O galo canta uma terceira vez.

Sammis Reachers

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