Sem qualquer cerimônia
Observava através das frestas
Do buraco da chave na porta
Das brechas das telhas afastadas do telhado
Irrequieto tentava achar passagens
A menor que fosse lhe era grande possibilidade.
Achou de querer passar pelos portilhos da janela
Que há muito o aguardava.
Sua insistência fazia respingar luz
E fazia as cores mais vivas:
A da parede, da janela, da porta
Dos quadros na parede
Da roupa que vestíamos
E fazia desnecessária a luz das lâmpadas
Da casa, dos postes nas ruas...
Insistindo em se apresentar
Fez pássaros cantar
O galo dizia com música
De sua chegada
Seu gesto mais afoito
Foi abrir caminho entre meus
Cílios e pestanas
Para me dizer que havia chegado
Esse é o dia que fez o Senhor:
Para nos alegrar nEle.
* Este poema cita em sua última estrofe o Salmo 118.24
Nenhum comentário:
Postar um comentário