segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O DIA

Sem qualquer cerimônia
Observava através das frestas
Do buraco da chave na porta
Das brechas das telhas afastadas do telhado

Irrequieto tentava achar passagens
A menor que fosse lhe era grande possibilidade.
Achou de querer passar pelos portilhos da janela
Que há muito o aguardava.

Sua insistência fazia respingar luz
E fazia as cores mais vivas:
A da parede, da janela, da porta
Dos quadros na parede
Da roupa que vestíamos
E fazia desnecessária a luz das lâmpadas
Da casa, dos postes nas ruas...

Insistindo em se apresentar
Fez pássaros cantar
O galo dizia com música
De sua chegada

Seu gesto mais afoito
Foi abrir caminho entre meus
Cílios e pestanas
Para me dizer que havia chegado

Esse é o dia que fez o Senhor:
Para nos alegrar nEle.

* Este poema cita em sua última estrofe o Salmo 118.24

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