sábado, 6 de agosto de 2011
CEGO
o dia estava tão belo
e ele não o podia ver
os dedos estendidos
levavam os olhos e procuravam
estrelas à vista desarmada
o mundo era tão belo
povoado de árvores,
rios e sombras
e ele não o podia ver
nos olhos que lhe restavam
projectava pessoas às cores
que podiam ver
os ouvidos teciam ventos
e seres voláteis que pousavam
na sombra do seu ombro
ele não podia ver
ele era uma dessas sombras
do dia e do mundo
que ele podia ver
mas que não o podiam ver
Rui Miguel Duarte
5/08/11
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