segunda-feira, 18 de abril de 2016

PEREGRINO



“No, I have no country
except for these clouds rising as mist from lakes of poetry.”
Adonis



Não, não tenho nenhum país
excepto esta estrada que começa sempre nos meus pés
excepto  esta chuva que inunda as sombras das rosas
estas nuvens
que entre o cinzento e o branco, alternam lagos azuis no céu
a poesia da névoa de que emergem as manhãs
Não, eu não tenho mapas que estremeçam
Com o vento, abertos nas minhas mãos.
Não tenho nenhum país, nem templos
excepto esse aonde vou onde está Deus.


17-04-2016

© João Tomaz Parreira

segunda-feira, 4 de abril de 2016

DALILA SOBRE SANSÃO DORMINDO


Ardem os meus dedos nos teus cabelos
são réus do fogo imanente dos teus lábios
onde os meus se indignam

ardem os meus sonhos de ouro
e perguntam: o que ensinam
sobre os segredos, são lenda gasta
pelas noites, no saltitar das gazelas gémeas?

ardem os dados que lançaram
os meus mármores brancos
nos teus cabelos, sim, nas tuas tranças
que são o vulcão desta terra
e o vendaval deste coração

ardem e consomem-se eriçadas
as minhas curvaturas nas tuas arcadas
os teus cavalos nos meus montes
ardem e traçam para sempre
de sol e estrelas
um novo alfabeto

Rui Miguel Duarte
04/04/16

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