segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
A Mãe, poema de J.T.Parreira
Era a morte envergonhada
escondida nestes rostos
tão próximos do chão
pequenos corpos, um dia saberemos
como a morte com sapatos precários
caminhou nestes corpos infantis
como a morte se vergou
nestas costas ao peso
do inverno
Era a morte já tão arruinada
nestas roupas, um dia saberemos
como foram lentos os seus passos
a querer retardar a pressa
dos relógios.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
NADA ONDE POUSAR O SONHO
sábado, 22 de janeiro de 2011
Poema, de Florbela Ribeiro
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
À SOMBRA DA FIGUEIRA
“«Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, já eu te tinha visto», respondeu-lhe Jesus.”
Evangelho de João, 1:48
À sombra da figueira busca
a raiz do Livro da Lei
à sombra da lei da árvore de Israel
medita no lume aceso pelos cordeiros
no Templo na menorah que arde
à sombra da figueira
come a trama dos dias
e conhece de cor o aroma dos frutos
pastoreia os pensamentos tange-os
das letras para longe deste campo
passeia pelo Mar que o Senhor
fez os pais atravessarem
sem que uma gota de água
lhes molhasse os pés
e põe a mão sobre a cabeça
do último egípcio que ainda respira à tona
à sombra da figueira
faz morada no salão do palácio
onde crepita a voz e o ceptro
do Rei, o Messias que o povo espera
constrói um reino e desfaz impérios
Rui Miguel Duarte
11/01/11